O cenário político de Caxias, no Maranhão, começa o ano fervendo com articulações que prometem abalar a gestão do novo prefeito, Gentil Neto. Um grupo de blogueiros, jornalistas, influencers, políticos e aliados do ex-prefeito Fábio Gentil, conhecidos nos bastidores como "rebeldes de Gentil", está se mobilizando desde dezembro para atacar a imagem do novo chefe do Executivo municipal.
A razão desse movimento, segundo fontes de um membro do grupo rebelde, é a insatisfação generalizada entre os membros do grupo, que esperavam ser recompensados com cargos e vantagens no novo governo, mas foram "deixados de fora". Essa exclusão gerou um sentimento de traição e revolta entre os antigos aliados, muitos dos quais ficaram mal-acostumados com os benefícios financeiros e políticos garantidos durante os oito anos de gestão de Fábio Gentil.
Esse grupo de descontentes é composto por diversos perfis que, ao longo do tempo, se beneficiaram de forma direta ou indireta da máquina pública. Blogueiros e jornalistas, que em outros tempos atuavam como escudo do governo Gentil, agora se preparam para usar suas plataformas digitais como armas de ataque contra Gentil Neto. Muitos desses profissionais, que afirmam terem "dado a cara a tapa" durante as eleições ao defender o grupo político, inclusive enfrentando processos judiciais por disseminação de fake news, hoje se dizem descartados.
Influencers, apresentadores de podcasts e políticos locais também engrossam o coro dos insatisfeitos. Eles alegam que suas contribuições não foram devidamente reconhecidas pela nova gestão, especialmente considerando que muitos colocaram suas reputações e recursos a serviço do grupo Gentil nas últimas eleições.
Para piorar a situação, o desemprego em Caxias agrava o desespero de quem, por anos, dependeu do erário público para manter seu padrão de vida. Acostumados a receber salários que variavam de R$ 5 mil a R$ 10 mil mensais, os "rebeldes" agora enfrentam um mercado de trabalho hostil e um futuro incerto.
Durante os oito anos de Fábio Gentil como prefeito, criou-se uma cultura política que privilegiava o atendimento de demandas através da pressão e das críticas. Quem criticava o governo logo tinha suas queixas atendidas, muitas vezes com a concessão de cargos ou vantagens financeiras. Essa prática gerou um grupo de "beneficiários do governo" que agora se encontra sem o amparo do poder público.
Além disso, o ex-prefeito Fábio Gentil, conhecido por não tolerar críticas, adotava estratégias rápidas para silenciar seus opositores, muitas vezes contratando-os para evitar maior desgaste à sua imagem. Esse modelo político, embora eficaz para manutenção de apoio temporário, deixou um rastro de dependência e acomodação entre aliados.
Agora, Gentil Neto herda um cenário delicado: um grupo de aliados habituados ao favorecimento e prontos para criticá-lo publicamente, caso suas demandas não sejam atendidas.
O novo prefeito de Caxias enfrenta uma decisão crucial: manter-se firme e romper com o legado de "compra de apoio" herdado de seu tio ou ceder às pressões, repetindo práticas que impactam diretamente os cofres públicos. Essa decisão será determinante não apenas para o sucesso de sua gestão, mas também para consolidar sua identidade política.
O ataque articulado pelos "rebeldes" é estratégico e pode influenciar a opinião pública de forma significativa, especialmente considerando o impacto que blogs, redes sociais e podcasts têm sobre a população local. No entanto, Gentil Neto terá que demonstrar habilidade política e liderança para resistir a esses ataques e evitar que sua gestão se torne refém de interesses particulares.
Gentil Neto enfrenta dois grandes desafios que poderão definir o futuro de sua gestão. O primeiro é a oposição, que já articula processos para tentar cassar seu mandato, representando uma ameaça direta à sua permanência no cargo. O segundo problema vem de dentro: os aliados rebeldes, insatisfeitos e ressentidos, que têm o poder de causar sérios prejuízos à sua administração, seja por ataques públicos ou manobras de bastidores.
O momento é decisivo para Caxias. A população observa com atenção, esperando que os impostos pagos não sejam novamente usados para sustentar privilégios de uma minoria insatisfeita. A grande questão é: Gentil Neto conseguirá resistir às pressões externas e internas e priorizar as demandas reais da cidade, ou seguirá os passos do ex-prefeito, abrindo espaço no governo para os "rebeldes" como forma de apaziguar conflitos?
O futuro da gestão e a credibilidade do novo prefeito estão em jogo. Caxias precisa de políticas sólidas que enfrentem o desemprego e promovam o desenvolvimento local, deixando para trás práticas que priorizam interesses particulares. Agora, resta saber se Gentil Neto está realmente preparado para superar esses desafios e marcar sua administração com coragem e independência.
Fonte: Portal MA365