Dólar
Euro
Dólar
Euro
Dólar
Euro

Caxias-MA

Quem comanda a segurança em Caxias: a lei ou o medo?

A cidade de Caxias, conhecida como a "Princesa do Sertão", vive dias de angústia

Imagem de destaque da notícia
Caxias-MA

A cidade de Caxias, conhecida como a "Princesa do Sertão", vive dias de angústia. Um novo capítulo da crise na segurança pública se desenha com ainda mais intensidade após mais dois homicídios registrados em plena luz do dia, nesta sexta-feira (11), em vias públicas da cidade. A sensação de medo, que já se tornou rotina para a população, contrasta com os breves momentos de tranquilidade que Caxias experimenta em ocasiões pontuais, como no Carnaval ou durante visitas oficiais, como a mais recente do governador do estado.

Durante a passagem do chefe do Executivo estadual, a cidade foi tomada por uma força de segurança robusta, que realizou operações ostensivas e trouxe, por alguns dias, uma falsa sensação de segurança. Para muitos caxienses, a presença do policiamento intensificado é uma amostra clara de que o poder público tem sim meios de combater a criminalidade, mas parece optar por fazê-lo apenas quando há visibilidade política em jogo.

"É sempre a mesma coisa: quando o governador vem, a cidade fica segura. Quando ele vai embora, o crime volta a dominar as ruas", comenta um morador da região do Centro. O sentimento é generalizado: o combate à criminalidade em Caxias parece ser mais uma questão de oportunidade política do que de compromisso com a vida da população.

Enquanto isso, a violência só aumenta. Em menos de três meses, a cidade já contabiliza dezenas de homicídios, execuções ousadas, inclusive dentro de ambulâncias e durante o dia. A população vive sob um clima de terror comparável ao das comunidades mais afetadas pelo crime organizado no Rio de Janeiro.

A indignação também recai sobre a classe política. Nos palanques e nas redes sociais, o discurso é bonito. Mas a realidade nas ruas fala mais alto. A cidade precisa de representação política efetiva, comprometida com a segurança pública e não apenas com a autopromoção eleitoral.

A esperança que muitos depositavam no deputado estadual Catulé Júnior parece ter arrefecido. Ao assumir o mandato, ele demonstrou disposição em enfrentar o problema de frente, buscando soluções e propondo mudanças estruturais. No entanto, até agora, pouco mudou. A população se pergunta se ele também já foi vencido pelo sistema que parece paralisar qualquer tentativa real de mudança.

Segundo especialistas, o problema da segurança pública em Caxias vai além da falta de viaturas, efetivo ou recursos. A verdadeira raiz do caos estaria na ausência de uma gestão eficiente e de um comando estratégico capaz de enfrentar o crime com inteligência e coragem. Trocas pontuais de viaturas ou aumento de efetivo são medidas paliativas, que não têm surtido efeito enquanto a liderança à frente da segurança pública continuar sem o preparo necessário, ou, pior, sem vontade política.

Há uma crítica crescente contra o atual comando da Polícia Militar no município. Denúncias apontam para um comando mais preocupado em silenciar críticas de cidadãos de bem, inclusive recorrendo ao Judiciário para remover vídeos e reportagens da internet do que em enfrentar com firmeza os criminosos que dominam bairros inteiros.

Caxias vive hoje sob o domínio de um inimigo interno. Não é apenas a criminalidade armada que aterroriza, mas a inércia institucional que permite que ela floresça. A população já presenciou mortes de policiais, de crianças, de pais e mães de família. A pergunta que ecoa nas ruas é clara: quantas vidas mais precisam ser perdidas para que haja uma mudança real na segurança pública de Caxias?

Enquanto essa resposta não vem, a cidade segue refém do medo, o título de "Princesa do Sertão" parece cada vez mais distante da realidade.

Fonte: Portal MA365

Comentários

Leia estas Notícias

Acesse sua conta
ou cadastre-se grátis