Aliados Insatisfeitos e Oposição Ganhando Espaço no Governo Gentil Neto

O novo governo do prefeito de Caxias, Gentil Neto, começa a apresentar fissuras em sua base de aliados antes mesmo de iniciar a gestão. Enquanto muitos esperavam que os principais articuladores e apoiadores da campanha tivessem participação de destaque no governo, a realidade está sendo bem diferente. A ausência de figuras chave do grupo Gentil em cargos estratégicos, somada à entrada de nomes da oposição, já está gerando insatisfações públicas e críticas nos bastidores.

Um exemplo emblemático dessa insatisfação é o caso do vereador Mário Assunção, o mais votado das eleições de 2024 com impressionantes 3.066 votos. Mário Assunção e seu grupo político não foram contemplados com nenhum espaço no novo governo. A situação ficou ainda mais evidente no evento oficial de apresentação do secretariado, realizado no último dia 23, onde o vereador e seus aliados simplesmente não foram vistos. Essa exclusão gerou rumores de descontentamento e traição entre os aliados do grupo Gentil.

Se de um lado os aliados de Gentil Neto enfrentam dificuldades para ocupar cargos no novo governo, do outro, nomes inesperados têm ganhado protagonismo. É o caso de Cláudio da Ong, ex-candidato a vereador pela oposição, que obteve apenas 343 votos nas eleições pelo partido Mobiliza. Apesar do desempenho modesto nas urnas, Cláudio foi anunciado como secretário adjunto de Proteção Animal, surpreendendo aliados e opositores.

A trajetória política de Cláudio também chama atenção. Ele já disputou eleições em três estados diferentes, por quatro partidos distintos, antes de finalmente conseguir espaço em Caxias. Esse movimento gerou insatisfação tanto entre os aliados de Gentil Neto quanto dentro da própria oposição. Muitos consideram a nomeação de Cláudio como oportunismo, especialmente porque o novo adjunto possui um processo tramitando na Justiça Eleitoral contra o próprio prefeito eleito, no qual pede a condenação de Gentil Neto por propaganda irregular (Processo nº 0600930-32.2024.6.10.0004). A nomeação foi vista como contraditória e um possível erro estratégico por parte do governo.

A exclusão de Mário Assunção e de outros líderes do grupo Gentil tem agravado ainda mais a crise no novo governo. Presidentes de partidos que apoiaram a candidatura de Gentil Neto já vinham manifestando insatisfação, mas a nomeação de um opositor como Cláudio da Ong parece ter sido a gota d"água. Nos bastidores, muitos aliados acusam Gentil Neto de traição e de não valorizar aqueles que estiveram ao seu lado durante a campanha.

Além disso, as tentativas do governo de cooptar outros nomes da oposição têm gerado resistência. Muitos líderes oposicionistas rejeitaram as investidas do novo governo, reforçando a visão de que o prefeito eleito está em busca de alianças pouco consistentes para tentar consolidar seu poder.

O governo Gentil Neto começa com grandes desafios e uma base dividida. A insatisfação de aliados estratégicos, como Mário Assunção, e a inclusão de nomes inesperados e controversos, como Cláudio da Ong, colocam em xeque a estratégia política do novo prefeito. Em vez de consolidar sua base, Gentil Neto parece estar abrindo brechas que podem comprometer a estabilidade de sua gestão.

Com processos tramitando na justiça eleitoral que podem resultar em cassação, o futuro político do grupo Gentil se torna ainda mais incerto. Em um cenário de novas eleições, a crise atual pode ser o ponto de ruptura para muitos aliados que, diante do descontentamento, podem abandonar o barco. Para um governo que prometeu renovação e união, o início turbulento já deixa muitas dúvidas sobre o que está por vir.

Fonte: Portal MA365