
O que antes era uma expectativa de crescimento econômico e desenvolvimento para a região central do Maranhão tornou-se um pesadelo para diversas famílias tradicionais em cidades como Governador Eugênio Barros e Governador Luiz Rocha. A chegada da empresa Insolo Agroindustrial, comandada pelo empresário Ricardo Farias, transformou drasticamente a vida dos pequenos produtores rurais, que relatam uma série de abusos, ameaças e prejuízos.
Entre os diversos relatos, Seu Zé Zuino, morador da região há mais de 40 anos, registrou boletins de ocorrência contra a Insolo, que tem impedido sua passagem por estradas e acessos essenciais para sua sobrevivência. Ele e sua família dependem dessa rota para chegar à sua terra, conquistada com muito esforço ao longo dos anos. "Eu quero apenas a liberação da minha estrada para trabalhar. Não quero briga, quero paz", desabafa o agricultor.
O problema vai além da restrição de passagem. Pequenos produtores relatam um verdadeiro "terror" promovido na região, incluindo a execução de animais que serviam de sustento para famílias da agricultura familiar. Dois moradores, que preferem não se identificar por medo de represálias, contam como a destruição de seu gado abalou profundamente suas vidas. "Vivíamos da venda desses animais para comprar remédios e suprimentos para nossos filhos. Agora, estamos sem saber o que fazer", lamenta um deles.
Outro morador relata o impacto emocional que os acontecimentos trouxeram para sua família. "Minha esposa não consegue dormir. Temos medo quando vemos um carro estranho se aproximando. Nossa rotina mudou completamente e vivemos em estado de alerta", diz.
José de Ribamar é outro morador que sofreu com as ações violentas na região. Além de perder seu rebanho de 58 cabeças de gado, ele foi ameaçado por homens desconhecidos. Seu "crime"? Ter terras vizinhas à propriedade da Insolo Agroindustrial, que vem sendo acusada de intimidar os pequenos agricultores. "Nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer. Sempre trabalhamos em paz, sem conflitos. Agora, vivemos com medo", afirma Ribamar.
Diante dos acontecimentos, os moradores esperam que a justiça intervenha para garantir o direito à terra e a segurança das famílias afetadas. "Sabemos que enfrentamos um poder muito maior, mas confiamos que a lei estará do nosso lado", afirma um dos agricultores.
Enquanto a luta jurídica continua, o clima na região segue tenso, com famílias tentando sobreviver em meio ao medo e à incerteza. O que era para ser um avanço econômico transformou-se em um cenário de desespero para aqueles que apenas desejam continuar vivendo e trabalhando em suas terras.
Assista o vídeo:
Fonte: Portal MA365