
Em um desdobramento que ecoa os eventos de 1992, o ex-presidente Collor foi preso na última sexta-feira e está detido em uma cela individual, um benefício previsto pela legislação para ex-chefes de Estado. A prisão reacende memórias do processo de impeachment que o afastou do poder há mais de três décadas.
O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a prisão em uma votação apertada, com 6 votos a favor e 4 contra. Os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Edson Fachin, Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Dias Toffoli votaram pela manutenção da prisão, enquanto André Mendonça, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Nunes Marques se manifestaram pela soltura. Cristiano Zanin não participou da sessão.
A decisão do STF surge após a condenação de Collor em 2023, baseada em denúncias da Operação Lava Jato. As acusações envolvem o recebimento de R$ 20 milhões em propina para favorecer a UTC Engenharia em contratos com a BR Distribuidora, entre 2010 e 2014. Além disso, Collor é acusado de influenciar na nomeação de diretores da estatal.
A denúncia original foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República em 2015, quando Collor ainda ocupava uma cadeira no Senado. Ele deixou o Congresso Nacional em 2022, após não conseguir a reeleição, marcando o fim de sua trajetória legislativa.
A prisão ocorre 33 anos depois o impeachment de Collor, em 1992.
O processo de afastamento de Collor, que culminou em seu impeachment, envolveu acusações de tráfico de influência e corrupção em obras realizadas em uma casa da família em Brasília. Este evento histórico marcou profundamente a política brasileira, e agora, mais de três décadas depois, Collor volta ao centro das atenções por razões similares.
Enquanto isso, o cenário político brasileiro continua a se desenrolar sob a liderança do presidente Lula, com o ex-presidente Bolsonaro ainda sendo uma figura influente na oposição. A polarização política permanece acentuada, com figuras como Alexandre de Moraes no STF sendo alvos de críticas por parte de conservadores e apoiadores de Bolsonaro, que o acusam de perseguição política.
*Reportagem produzida com auxílio de IA