
O convite oficial divulgado pelas redes sociais da Câmara Municipal de Caxias para a abertura dos trabalhos legislativos de 2025, marcada para o dia 10 de fevereiro, deixa muitas perguntas sem resposta. A informação que ficou em destaque, e que passou despercebida por muitos, é que a folha de pagamento da Câmara só será quitada no dia 10 de março, embora as contratações para a nova legislatura, que já ocorrerão após o dia 10 de fevereiro, comecem a contar. Ou seja, os novos servidores da Câmara Municipal só receberão seu primeiro pagamento em março.
A grande questão que fica no ar é: o que foi feito com o dinheiro referente a janeiro, e o que será feito com o montante de fevereiro? Considerando que a Câmara Municipal passará a receber mensalmente o valor de R$ 1.278.250,00 (um milhão, duzentos e setenta e oito mil, duzentos e cinquenta reais), que, somado aos meses de janeiro e fevereiro, totaliza a expressiva quantia de R$ 2.556.500,00 (dois milhões, quinhentos e cinquenta e seis mil e quinhentos reais), os questionamentos sobre a destinação desse dinheiro ganham força.
Ao longo das últimas semanas, o Portal MA365 teve acesso a documentos que sugerem um possível esquema de desvio de dinheiro público dentro da Câmara Municipal de Caxias. O caso é alarmante, pois envolve não apenas uma gestão opaca e questionável, mas também fortes indícios de corrupção que poderiam comprometer a confiança da população nas instituições.
A folha de pagamento da Câmara Municipal de Caxias também gerou controvérsias. Com o aumento do salário dos vereadores, que agora recebem R$ 16.500,00 (dezesseis mil e quinhentos reais) (ante os R$ 12.661,12 (doze mil, seiscentos e sessenta e um reais) pagos anteriormente), a folha de pagamento referente aos vereadores já atinge a cifra de R$ 313.500,00 (trezentos e treze mil e quinhentos reais). Esse aumento substancial, por si só, já é digno de atenção, considerando o impacto que ele tem sobre os cofres públicos.
Entretanto, o que mais chama a atenção é a disparidade entre os valores da ajuda de custo destinados aos parlamentares. Embora o valor estabelecido inicialmente para todos fosse de R$ 8.000,00 (oito mil reais), a realidade é bem diferente. Vereadores da situação receberam até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) de ajuda de custo, enquanto vereadores também da oposição são agraciados com valores de até R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). Já os vereadores de menor expressão política, que antes recebiam R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais), passaram a ter um aumento de R$ 500,00 (quinhentos reais), o que eleva seus valores para R$ 8.000,00 (oito mil reais). A falta de equidade entre os parlamentares é um sinal claro de favorecimento político e uma prática que soa profundamente injusta para com a população caxiense.
Os novos vereadores se encontram semanalmente para um café informal, conhecido como "Encontro das Lamentações". No entanto, o que os participantes desse encontro aparentemente desconhecem é que dois membros do grupo são favorecidos com uma ajuda de custo de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), enquanto os outros seis recebem apenas a já reduzida quantia de R$ 8.000,00 (oito mil reais). Esse tipo de distinção entre os parlamentares coloca em xeque a moralidade e a transparência dos processos administrativos dentro da Câmara Municipal.
A folha de pagamento da Câmara, se fosse distribuída de maneira equitativa entre todos os vereadores (R$ 8.000,00 (oito mil reais) para cada um), somaria aproximadamente R$ 700.000,00 (setecentos mil reais). No entanto, o restante dos valores – cerca de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais) – aparentemente desaparecem nos corredores da Câmara, divididos entre as pomposas ajudas de custo dos vereadores e uma deputada estadual. O que chama a atenção, ainda, são os documentos que revelam como essas verbas são desviadas por meio de notas fiscais frias, onde empresas emitem documentos sem entregar os produtos, e com valores de mercado exorbitantes, que evidenciam uma operação dissimulada de superfaturamento.
O que é mais alarmante nesse cenário é a aparente falta de fiscalização e de transparência por parte dos órgãos competentes. As práticas descritas são reflexo de uma gestão pública em que os recursos financeiros destinados a atender a população de Caxias são direcionados para fins escusos e ilegais. Em tempos em que a população exige mais justiça, ética e responsabilidade, a Câmara Municipal de Caxias está longe de oferecer os exemplos que seus representantes deveriam dar.
O Portal MA365 segue atento com os gastos da Câmara Municipal de Caxias, e a população não pode se calar diante de uma administração pública que parece priorizar os próprios interesses e não o bem-estar coletivo. O que foi feito com os R$ 2.556.500,00 (dois milhões, quinhentos e cinquenta e seis mil e quinhentos reais) recebidos pela Câmara nos meses de janeiro e fevereiro? Onde está o dinheiro que deveria ser destinado a uso com responsabilidade e oferecer um serviço eficiente e digno a população de Caxias.
Fica claro que a necessidade de uma reforma urgente na gestão da Câmara Municipal é premente. O povo de Caxias exige explicações e, principalmente, punições para aqueles envolvidos nesse suposto esquema de corrupção que está manchando a política da cidade.
Fonte: Portal MA365