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Dinheiro Sumiu

Câmara de Caxias: documentos desmentem presidente sobre atraso de salários

Segundo a investigação, a Prefeitura efetuou quatro transferências no mês de dezembro, totalizando R$ 1.361.000,00

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Ricardo Rodrigues (PT), presidente da Câmara Municipal de Caxias-MA

O presidente da Câmara de Vereadores de Caxias, Ricardo Rodrigues (PT), enfrenta severas críticas após informações contraditórias sobre os atrasos salariais dos assessores parlamentares em dezembro de 2024. Documentos obtidos pelo Portal MA365 mostram que a Prefeitura de Caxias repassou os recursos à Câmara Municipal corretamente, desmontando a justificativa usada pelo presidente para o ocorrido.

Segundo a investigação, a Prefeitura efetuou quatro transferências no mês de dezembro, totalizando R$ 1.361.000,00 (um milhão, trezentos e sessenta e um mil reais). Os valores foram depositados em duas datas:

  • 10 de dezembro de 2024: duzentos e dezenove mil, oitocentos e cinquenta e cinco reais e vinte e três centavos (R$ 219.855,23) e setecentos e dez mil, cento e quarenta e quatro reais e setenta e sete centavos (R$ 710.144,77), somando novecentos e trinta mil reais;
  • 30 de dezembro de 2024: trezentos e noventa e um mil reais (R$ 391.000,00) e quarenta mil reais (R$ 40.000,00)

Os repasses, devidamente registrados, evidenciam que não houve atrasos por parte da Prefeitura, como alegado pelo presidente Ricardo Rodrigues. A discrepância reforça os questionamentos sobre a gestão financeira da Câmara e o destino dos recursos em dezembro.

Outro ponto que intensifica as críticas é a decisão de Ricardo Rodrigues de decretar recesso legislativo em 2 de janeiro de 2025, logo após a posse da nova legislatura. Com isso, os vereadores ficaram impossibilitados de atuar administrativamente, sem condições de montar equipes ou organizar as comissões de trabalho.

A medida gerou suspeitas de que o recesso foi estrategicamente planejado para quitar os salários de assessores ligados a vereadores não reeleitos nas eleições de outubro de 2024. Diversos assessores confirmaram à reportagem que seus vencimentos de dezembro só foram pagos em janeiro, indicando uma tentativa do presidente de equilibrar as contas da Câmara às custas do atraso.

Após regularizar os pagamentos, o presidente emitiu uma nota na qual afirma que o jurídico da Câmara tomará medidas contra a disseminação de "fake news" relacionadas aos atrasos salariais. Contudo, a declaração, considerada tardia e extemporânea, foi vista como uma confissão implícita do problema, gerando ainda mais descontentamento entre vereadores e assessores.

A postura de Ricardo Rodrigues levanta dúvidas sobre a credibilidade de sua gestão e alimenta especulações sobre uma tentativa de encobrir irregularidades financeiras. O silêncio inicial e a demora em prestar esclarecimentos aumentaram a insatisfação, enquanto a ameaça de medidas jurídicas é percebida como uma tentativa de intimidação contra quem denuncia as falhas administrativas.