
O cenário pós-eleitoral em Caxias revela um rastro de insatisfação entre aliados do Grupo Gentil, liderado pelo ex-prefeito Fábio Gentil. Durante o período eleitoral, as promessas de acomodação política foram amplamente difundidas, com o compromisso de que nenhum aliado seria deixado de lado. No entanto, a realidade tem se mostrado diferente, gerando descontentamento entre vários nomes que vestiram a camisa do grupo durante a campanha.
Lideranças como os ex-vereadores Charles James, Genivaldo Moto Peça, Tornerinho, além de figuras como Professor Didi, Edivaldo do Brejinho e Léonica, são exemplos de políticos que não tiveram seus esforços reconhecidos. A promessa de que vereadores não reeleitos teriam espaço no alto escalão do executivo não foi cumprida, deixando muitos fora do governo. Presidentes de partidos da base aliada também reclamam que não receberam os cargos prometidos, mesmo com o compromisso de que todos os partidos teriam representação, incluindo secretarias.
O governo de Fábio Gentil parece ter tomado um rumo inesperado, priorizando pessoas sem relevância política em Caxias, enquanto aliados tradicionais foram deixados de lado. Um exemplo é Claude da ONG, que teria conquistado uma posição estratégica ao convencer o ex-prefeito de sua proximidade com a influente família Gonçalo, conhecida por sua atuação no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) e seu grupo político. Essa aposta foi feita com a expectativa de criar um amortecedor político para o futuro, mas tem gerado desconfiança entre os aliados.
Outro nome que causa polêmica é o ex-vereador de Codó, Evimar Barbosa, que assumiu a direção do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto). A escolha teria sido motivada por sua experiência em lidar com recursos públicos, mas também pelos processos que responde por improbidade administrativa em Caxias e Codó, gerando receios de que sua gestão possa levantar questionamentos éticos e financeiros. Politicamente, a nomeação de Evimar também se alinha à estratégia de Fábio Gentil de expandir sua influência nos colégios eleitorais de Codó e Nina Rodrigues, já pensando nas eleições de 2026.
A deputada estadual Cláudia Coutinho também enfrenta desafios, perdendo lideranças políticas para o Grupo Gentil, refletindo o que muitos descrevem como uma característica do ex-prefeito: trair aliados para beneficiar seus próprios interesses políticos. Essa postura tem alimentado um sentimento de revolta entre os que foram preteridos, com vários nomes agora dialogando com a oposição. Essa movimentação abre caminho para o fortalecimento de um grupo oposicionista que busca eleger um deputado estadual e um federal em Caxias em 2026.
Com a presença de quatro possíveis candidatos a deputados estaduais ligados ao governo em 2025; Adelmo Soares, Cláudia Coutinho, Daniella e Ricardo Rodrigues, o cenário político local está mais fragmentado do que nunca. A falta de unidade e os acordos não cumpridos podem custar caro ao Grupo Gentil, especialmente se os sentimentos de insatisfação e traição se refletirem nas urnas nas próximas eleições.
A estratégia do ex-prefeito de buscar alianças para 2026, enquanto negligencia aqueles que garantiram sua base nas eleições de 2024, deixa uma questão no ar: até onde vai o pragmatismo político e quando ele se torna um risco para a sobrevivência do próprio grupo?
Fonte: Portal MA365