A cidade de Caxias, uma das maiores e mais importantes do Maranhão, enfrenta um momento crítico em relação à segurança pública. Apontada como a 37ª cidade mais violenta do Brasil e a mais violenta do Maranhão, Caxias convive com índices alarmantes de criminalidade que transformaram o cotidiano da população em uma rotina de medo e insegurança. Com uma projeção de figurar entre as 20 cidades mais violentas do país no próximo ano, a situação exige respostas urgentes das autoridades estaduais e municipais.
Os moradores de Caxias vivem sob o impacto de uma violência que não escolhe horário: os crimes ocorrem pela manhã, à tarde e à noite, evidenciando a sensação de impunidade e o domínio de criminosos nas ruas. A cada dia, novos homicídios, assaltos e outros delitos somam-se às estatísticas, e a cidade não registra sequer uma semana sem novos episódios de violência. Nos últimos 12 meses, mais de 100 homicídios foram registrados, e apenas nas últimas 24 horas, quatro pessoas perderam a vida de forma brutal.
Um levantamento realizado pelo portal MA365 revela as condições precárias enfrentadas pela Polícia Militar de Caxias. Apesar de contar aproximadamente com 14 viaturas, apenas 3 ou 4 estão em operação regular, enquanto as outras estão paradas por falta de manutenção. A frota de motocicletas, embora relevante, sofre com problemas semelhantes: das 20 unidades disponíveis, apenas 12 estão em funcionamento.
Além disso, a cidade conta com mais de 400 policiais na ativa, mas o efetivo é insuficiente para atender uma cidade do porte de Caxias, agravado ainda mais pela precariedade nos recursos operacionais. O telefone de emergência 190, essencial para que a população peça socorro, frequentemente fica inoperante devido à falta de pagamento por parte do governo estadual.
Segundo fontes internas da Polícia Militar ouvidas pelo portal, a situação financeira do quartel em Caxias é alarmante. O governo estadual reduziu em cerca de 40% os repasses para o quartel, impactando diretamente na manutenção de viaturas, equipamentos e no fornecimento de alimentação aos policiais. Atualmente, a corporação depende de uma ajuda de custo do município, que disponibiliza R$ 25 mil para combustíveis e R$ 53 mil para alimentação. Mesmo assim, muitos policiais acabam indo para casa durante os plantões para fazer suas refeições, reflexo da falta de infraestrutura.
Recentemente, o governo do Maranhão divulgou que o estado está fora do ranking das 50 cidades mais violentas do mundo. Contudo, especialistas apontam que essa afirmação é questionável, dado que não há dados que corroborem tal informação em nível global. Na contramão da propaganda oficial, o Anuário Brasileiro da Segurança Pública mantém o Maranhão entre os estados mais violentos do Brasil.
Em Caxias, a operação "Réveillon Seguro", anunciada recentemente, exemplifica a discrepância entre a realidade e o discurso oficial. Enquanto policiais eram mobilizados para ações pontuais e fotografias em avenidas centrais, a cidade registrava quatro homicídios após o anúncio, demonstrando a fragilidade das medidas adotadas e a ineficácia no combate à criminalidade nas áreas mais vulneráveis.
Com um cenário de precariedade, onde o básico, como viaturas e um telefone de emergência funcional, está ausente, a população de Caxias segue desamparada. O crime organizado domina os bairros periféricos, enquanto as forças de segurança se concentram em ações midiáticas que pouco ou nada refletem na proteção da população.
É imprescindível que os gestores públicos reconheçam a gravidade do problema e tomem medidas efetivas. Sem isso, a triste realidade de Caxias continuará sendo marcada pela violência, medo e abandono. A cidade merece mais do que promessas e propagandas; merece segurança e respeito.
Fonte: Portal MA365