O prefeito eleito de Caxias, Gentil Neto, que assumirá a gestão municipal em janeiro, já enfrenta sérios problemas políticos dentro de seu grupo de aliados. As reclamações partem de diversas lideranças que foram fundamentais para a vitória do candidato nas eleições municipais. Segundo informações apuradas pelo Portal MA365, vários presidentes de partidos e aliados de peso acusam Gentil Neto de não cumprir acordos firmados durante a campanha, gerando insatisfação e incertezas dentro da base que o apoiou.
Uma das maiores queixas se refere à formação do secretariado do futuro governo. Segundo líderes partidários, o Progressistas (PP), sigla do prefeito eleito, foi amplamente favorecido, ocupando quase 20 pastas na administração, enquanto outros partidos aliados não obtiveram sequer uma coordenação. A situação gerou revolta entre líderes que esperavam espaço na nova gestão, principalmente após terem se dedicado intensamente à campanha eleitoral.
O que também chama atenção é o caso de uma vereadora que não conseguiu se reeleger, mas foi contemplada no governo. Apesar de ter perdido nas urnas, ela garantiu uma secretaria e ainda conseguiu que seu esposo fosse nomeado para uma secretaria adjunta. O episódio tem sido motivo de indignação entre aliados que se dedicaram à campanha, mas ficaram sem espaço no governo.
"Foi prometido uma secretaria para cada partido da base, mas isso claramente não foi cumprido. Não tivemos sequer espaço para coordenações menores", reclamou um presidente de partido, sob condição de anonimato.
Outro ponto que chama atenção é o caso do vereador Mário Assunção, que foi um dos principais articuladores e defensores da campanha de Gentil Neto. Durante a disputa eleitoral, o parlamentar teria deixado de pedir votos para si mesmo para focar no fortalecimento da candidatura do prefeito eleito. Fontes próximas afirmam que, durante a campanha, Mário Assunção teria recebido a promessa de comandar duas secretarias no futuro governo, promessa essa que não se concretizou.
Além disso, o vereador não teve nenhuma indicação no secretariado anunciado, o que gerou rumores de um possível desentendimento entre ele e o prefeito eleito. O distanciamento ficou evidente, segundo observadores, já que Mário Assunção não tem sido visto em eventos públicos ao lado de Gentil Neto. Nesta semana, uma reunião com os novos secretários contou com a ausência de figuras políticas de peso, incluindo Mário Assunção.
Na noite de hoje (23), está acontecendo um grande evento na casa da futura chefe de gabinete, Merandulina. A mãe do prefeito eleito, Adriana Raquel, postou em suas redes sociais uma foto em que aparecem, ao fundo em um telão, o prefeito eleito e seu vice. A postagem indica que o encontro é para a "Apresentação de secretários e metas do governo". Tudo sugere que se trata de uma confraternização com os futuros secretários, já planejando os rumos da administração para o próximo ano.
No entanto, a exclusividade do evento tem causado desconforto em parte dos aliados que não foram convidados, aumentando ainda mais o sentimento de insatisfação dentro do grupo político. "Isso mostra como os aliados de menor expressão estão sendo deixados de lado antes mesmo do governo começar", comentou um cabo eleitoral que preferiu não se identificar.
Outro ponto crítico é a dificuldade que muitos aliados têm encontrado para conversar diretamente com o prefeito eleito. A centralização das decisões e a falta de reconhecimento por parte de Gentil Neto foram apontadas como fatores que agravam a insatisfação.
"Tem gente que foi ao extremo para garantir votos e agora sequer foi procurada para um agradecimento. Parece que quem ajudou ficou de fora e quem não fez nada está assumindo cargos importantes", relatou um cabo eleitoral insatisfeito.
Dentro do grupo, algumas lideranças já começam a comparar Gentil Neto ao seu tio, o atual prefeito Fábio Gentil. "Ele está sendo considerado até pior que o tio", disse um aliado, referindo-se ao histórico de dificuldades de relacionamento de Fábio Gentil com a base de apoio durante sua gestão.
A crise política no grupo de Gentil Neto pode ter reflexos diretos em sua governabilidade, sobretudo em um cenário em que a maioria da população de Caxias não votou no prefeito eleito. Agora, Gentil Neto enfrenta o desafio de não só conquistar a confiança da oposição, mas também de apaziguar os ânimos dentro de sua própria base, evitando que insatisfações se transformem em rupturas.
A gestão de Gentil Neto, que ainda nem começou, já carrega o peso de descontentamentos internos e questionamentos sobre seu compromisso com aliados e eleitores. A pergunta que fica é: Gentil Neto conseguirá reverter esse quadro e alinhar sua base de apoio ou enfrentará mais turbulências políticas no início de sua administração?
Acompanhe no Portal MA365 os próximos desdobramentos desse cenário político em Caxias.
Fonte: Portal MA365